O NIC.br constatou que apenas 3.640 unidades tinham internet com velocidade de download igual ou superior a 1 Megabyte por segundo (Mbps), recomendada pela Estratégia Nacional de Escolas Conectadas (Enec), do governo federal.
O supervisor de projetos de ciĂȘncia de dados do NIC.br, Paulo Kuester Neto, destaca que a tecnologia da informação tem se tornado cada vez mais relevante no ambiente escolar, o que reforça a necessidade de uma conexão à rede que seja apropriada para atender a todos os estudantes.O especialista acrescenta que, no caso do parâmetro de 1 Mega por estudante no maior turno, que é o estabelecido pela Enec, leva-se em conta que todos os estudantes nesse perĂodo, teriam o direito de, no mĂnimo, fazer uma atividade de uso geral, ou seja, uma navegação, um acesso à rede social, uma navegação mais livre.
Kuester Neto ressalta que, nos Ășltimos anos, tem havido uma evolução na oferta de internet com conexão adequada nas escolas pĂșblicas e que o Ministério da Educação (MEC) tem se esforçado para isso. Segundo ele, ainda hĂĄ espaço para melhorias. A própria medição da velocidade nas escolas, pelo NIC.br, é estimulada pelo MEC, segundo o nĂșcleo.
"A partir desses dados, e lógico, dos recortes que o estudo faz sobre as escolas pĂșblicas, estaduais e municipais com mais de 50 alunos, percebe-se que, por enquanto, somente 11% das escolas tĂȘm a velocidade adequada ao parâmetro da Enec. Embora se ressalve que a Enec estabeleceu o parâmetro recentemente, estamos no inĂcio dessa polĂtica. Esse nĂșmero vem aumentando ao longo do tempo – é uma meta de fato ambiciosa e boa, por parte do governo federal", diz Neto.
Conforme a pesquisa, a média de velocidade de download por aluno no maior turno da escola subiu de 0,19 Mbps para 0,26 Mbps, de 2022 para 2023.
O levantamento mostra também que hĂĄ diferenças regionais. O Norte apresenta menor cobertura e qualidade de conexão. Entre os estados com velocidade de conexão mais baixa nesta região aparecem o Acre, o Amazonas, o AmapĂĄ, Roraima e o ParĂĄ.
No Centro-Oeste, as escolas do Distrito Federal e as de Mato Grosso do Sul também apresentam baixa qualidade da internet. Por outro lado, as maiores velocidades estão no Rio Grande do Sul, em Santa Catarina, no ParanĂĄ e em GoiĂĄs.
Com base em informações do Censo Escolar da Escola BĂĄsica, o NIC.Br mostrou que das 137.208 escolas estaduais e municipais espalhadas pelo paĂs, 89% estão conectadas à rede. Desse total, 62% declaram ter internet para o processo de ensino e aprendizagem, mas somente 29% contam com computadores, notebooks ou tablets para acesso às redes pelos alunos. Aquelas que contam com algum equipamento tĂȘm, em média, um dispositivo para cada dez estudantes no maior turno escolar.
Fonte: AgĂȘncia Brasil