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Por que celulares baratos estão ficando melhores?

O mercado de celulares está passando por mudanças positivas, pois as configurações melhoram sem que o preço dos aparelhos acima do esperado

Por Jucyber em 16/06/2024 às 10:53:12

A busca pelos termos "celular bom" e "celular barato" é alta no Google, demonstrando o quanto o público brasileiro está focado em economizar ao comprar smartphone novo, mas sem abrir mão de diferenciais importantes para a usabilidade. Mas sempre foi dificil concialiar essas duas qualidades em um aparelho só, até que as coisas começaram a mudar no pós-pandemia.

Em um segmento mais maduro, a estratégia das líderes do mercado tem sido trazer cadas vez mais recursos dos seus top de linha para os intermediários e intermediários premium, buscando atingir quem não pode ou não quer gastar muito. Mas será que só isso explica por que os celulares baratos estão ficando melhores?


Android: o sistema propagado e acessível

Ao olharmos para o mercado de celulares intermediários, o Android é o único sistema operacional em uso. Por mais que a Apple esteja crescendo no market share brasileiro, a empresa ainda foca mais em modelos topo de linha. Logo, o iOS é um software nichado, já que não existem celulares lançados da gigante de Cupertino, custando até R$ 1.500, exceto os usados, que não fazem parte do propósito desta pauta.

De acordo com o Statcounter, o Android ocupava, em maio de 2024, a segunda posição entre os sistemas operacionais mais usados no Brasil, mas sendo líder em mobile, com 39,93% de alcance. Isso é fruto de uma ascensão iniciada em 2012, com Galaxy S III, Motorola RAZR HD, LG Optimus L7, entre outros dispositivos muito marcantes naquele momento.

Entretanto, o Android só se destaca tanto no mercado por ser um software de código aberto — open source —, permitindo a customização da raiz de maneira abrangente. O sistema desenvolvido pelo Google tem suas limitações no uso prático, pois a versão pura, presente apenas nos celulares Pixel, traz apenas os aplicativos necessários, sem oferecer diferenciais relevantes.

Por mais que os smartphones intermediários até R$ 1.500 tenham seus impeditivos, é importante que a gigante das buscas garanta que outras fabricantes conseguirão implementar mais soluções para elevar a usabilidade. Por isso, é muito comum vermos interfaces personalizadas, baseadas em alguma versão do Android. No Brasil, as mais populares são a One UI (Samsung), My UX (Motorola), HyperOS, antiga MIUI (Xiaomi) e Realme UI (Realme).


Como a Samsung aborda o mercado intermediário

Desde que os primeiros smartphones apareceram no mercado brasileiro, os usuários começaram a ter acesso aos modelos com diferentes faixas de preço. Porém, quem queria ter um pouco mais de desempenho, precisava recorrer aos topos de linha, que nunca foram modelos acessíveis para a maioria dos usuários.

Em 2011, a Samsung anunciou o Galaxy S II, que chegou ao país por R$ 1.999. Com configurações robustas para aquela década, como tela Super AMOLED Plus de 4,3 polegadas, 1 GB de RAM e 16 GB de armazenamento, o modelo chamava a atenção.

Todavia, ele não era a opção ideal em custo-benefício, já que as opções aplicáveis para esta divisão entregavam uma experiência simplória. O Galaxy Y é um bom exemplo disso, pois possuía tela TFT de 3 polegadas, 290 MB de memória RAM e 180 MB de espaço interno, custando R$ 359.

Após alguns anos com modelos simples, e liderança confortável no market share brasileiro, a Samsung lançou uma nova linha de smartphones: a Galaxy J. Mantendo a divisão do seu alfabeto mobile, a sul-coreana trouxe o modelo Galaxy J1 4G para o Brasil por R$ 649, mantendo o equilíbrio coerente entre preço e configurações. Esta nova letra da família Galaxy serviu para manter um produto com qualidade e preço baixo, sendo categorizado abaixo do Galaxy A3, que custava R$ 1.200 em 2015.

Com o passar do tempo, e a extinção da linha J em 2019, as séries M e A se tornaram as mais acessíveis. Assim, a Samsung conseguiu consolidar grandes sucessos, que seguem recebendo upgrades geracionais. Só em 2024, a fabricante lançou cinco produtos na faixa de preço até R$ 1.500, com variantes 4G e 5G, são eles:

Galaxy M15 5G: R$ 1.499,00;

Galaxy A15 5G: R$ 1.499,00;

Galaxy A15 LTE: R$ 1.199,00;

Galaxy A05s: R$ 999,00;

Galaxy A05: R$ 799,00.


Tecnologias cada vez mais acessíveis

Baseado no histórico da Samsung, de migrar tecnologias dos topos de linha para as versões mais baratas, após algumas gerações, os celulares intermediários da empresa estão cada vez melhores. Atualmente, a sul-coreana é a marca com o maior portfólio de smartphones 5G no Brasil, demonstrando a atenção da marca às tendências do mercado.

Afinal, a atualização do smartphone para uma tecnologia mais recente não garante apenas o acesso à nova rede, mas um chipset mais moderno em sua carcaça. Dessa forma, o desempenho do celular é melhor, as câmeras entregam maior versatilidade e qualidade, e a administração energética eficaz.

O mesmo é visto na tela dos aparelhos, pois diversos modelos até R$ 1.500 da Samsung já possuem paineis Super AMOLED, e apenas os muito baratos ainda trabalham com LCD. Os 90 Hz de taxa de atualização que deixam os displays dos celulares mais fluidos também se tornou padrão nessa faixa de preço.

"Entendemos que oferecer tecnologias avançadas em linhas mais acessíveis contribui para a melhoria da rotina das pessoas, e a Samsung acredita que todos merecem se beneficiar das inovações tecnológicas. Um exemplo desta atuação é a conexão 5G. Até o momento, disponibilizamos 47 modelos 5G nas mais variadas faixas de preço — o maior portfólio 5G do mercado brasileiro".


Mais anos de Android e segurança robusta

Um ponto que causa muita polêmica é a longevidade dos celulares devido à falta de atualização do sistema. Grande parte das fabricantes de celulares com o Android ainda enfrenta problemas para garantir updates frequentes a seus smartphones, apesar de o Google entregar novas versões do software anualmente.

Em 2024, a Samsung ajustou sua estratégia de mercado para abrir ainda mais vantagem na "corrida dos updates". Com o propósito de garantir ao público que o ciclo de vida dos seus produtos será amplo, a empresa oferece quatro anos de atualização de sistema e cinco para o pacote de segurança mensal para boa parte dos modelos das famílias Galaxy A e M.

Ainda a respeito da segurança, além dos ajustes liberados pelo Google, e as correções aplicadas pela marca na One UI, este elemento está ganhando mais relevância em celulares baratos. Por isso, a sul-coreana aprimorou o Samsung Knox para os produtos intermediários, com destaque para o Vault, chip que protege os aparelhos Galaxy A e M de 2024 de vazamentos dos dados sensíveis, uma tecnologia que se alinha com a LGPD — Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais.







Fonte: TERRA

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