França: Em reviravolta, esquerda vence eleições legislativas

Bloco de esquerda Nova Frente Popular atinge 182 assentos, ante 168 da coalizão governista de centro e 143 da extrema direita.

Por Gazeta Notícia em 08/07/2024 às 09:05:16

Em um resultado surpreendente, a coalizão de esquerda Nova Frente Popular obteve o maior número de assentos na Assembleia Nacional da França nas eleições legislativas, mas sem força suficiente para governar sozinha.

O segundo turno foi realizado neste domingo (7), e teve participação de quase 60% dos eleitores. Veja como ficaram as três maiores bancadas da nova legislatura:

  • Nova Frente Popular (esquerda): 182 assentos;
  • Juntos (coalizão governista, de centro): 168 assentos;
  • Reunião Nacional (extrema direita): 143 assentos.


Para a extrema direita, apesar do crescimento vertiginoso do número de assentos obtidos pelo Reunião Nacional (RN), de 88 para 143, o resultado foi uma decepção. No primeiro turno, ocorrido há apenas 1 semana, o partido de Marine Le Pen havia saído à frente de todas as demais forças políticas -- ele chegou a projetar obter para si a maioria absoluta da Casa.

Caberá ao presidente da França, Emmanuel Macron, indicar um novo premiê a partir dos resultados dessas eleições. Ainda não há previsão de quando isso vai ocorrer.

Esquerda vai precisar de aliança para governar

Embora ainda não tenham batido o martelo sobre a união, líderes do bloco esquerdista indicaram que poderiam se aliar ao centro para chegar aos 289 assentos necessários para ter maioria.

Após a Reunião Nacional, de Le Pen, conquistar 33% dos votos no primeiro turno, a Nova Frente Popular e o Juntos formaram uma espécie de cordão sanitário para impedir que a extrema direita chegasse ao poder.

A viabilidade de um governo juntando as duas forças, entretanto, ainda é incerta. Ambos os blocos nutrem desavenças profundas em determinados tópicos, como a reforma da Previdência francesa, por exemplo.

Jean-Luc Mélenchon, um dos líderes da esquerda francesa, afirmou que Macron deverá admitir a derrota nas eleições e, além disso, criar alguma relação com o NFP para formar o governo.

Prestes a entrar em um período de tensas negociações para definir o balanço de forças da Assembleia Nacional, a França se depara com um cenário desconhecido e até a ameaça de um Parlamento paralisado.


Franceses protestam contra a extrema direita na Praça da República, em Paris, no dia 7 de julho de 2024 — Foto: Yara Nardi/Reuters

Franceses protestam contra a extrema direita na Praça da República, em Paris, no dia 7 de julho de 2024 — Foto: Yara Nardi/Reuters

Fonte: G1

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