Donald Trump foi eleito novamente presidente dos Estados Unidos nesta quarta-feira, concretizando um retorno surpreendente quatro anos depois de perder a disputa por sua reeleição e dando início a uma nova liderança norte-americana que provavelmente testará as instituições democráticas no país e as relações no exterior.
Trump, de 78 anos, reconquistou a Casa Branca ao garantir mais do que os 270 votos necessários no Colégio Eleitoral para vencer a eleição, de acordo com a projeção da Edison Research, após uma campanha de retórica sombria que aprofundou a polarização no país.
"A América nos deu um mandato poderoso e sem precedentes", disse Trump na quarta-feira para uma multidão de apoiadores no Centro de Convenções do Condado de Palm Beach, na Flórida.
A carreira política do republicano parecia ter chegado ao fim depois que suas falsas alegações de fraude eleitoral levaram uma multidão de apoiadores a invadir o Capitólio dos EUA em 6 de janeiro de 2021, em uma tentativa fracassada de reverter sua derrota eleitoral de 2020.
Porém, ele varreu os adversários dentro de seu Partido Republicano e, em seguida, derrotou a candidata democrata, Kamala Harris, capitalizando as preocupações dos eleitores com a inflação e o que Trump alegou, sem provas, ser um aumento da criminalidade devido à imigração ilegal.
Os republicanos ainda conquistaram a maioria no Senado, mas nenhum dos partidos parecia ter uma vantagem clara na batalha pelo controle da Câmara dos Deputados, onde os republicanos atualmente detêm uma estreita maioria.
EMPREGOS E ECONOMIA
Os eleitores identificaram as questões do emprego e da economia como os problemas mais urgentes do país, de acordo com pesquisas Reuters/Ipsos. Muitos norte-americanos estão frustrados com os preços mais altos, mesmo em meio aos recordes de alta nos mercados de ações, salários em rápido crescimento e baixo desemprego.
Os hispânicos, eleitores tradicionalmente democratas, e as famílias de baixa renda mais atingidas pela inflação ajudaram a impulsionar a vitória eleitoral de Trump. Sua base fiel de eleitores rurais, brancos e sem formação universitária novamente apareceu em peso.
Sua vitória terá implicações importantes para as políticas de comércio e mudança climática dos EUA, a guerra na Ucrânia, os impostos dos norte-americanos e a imigração.
Suas propostas de tarifas podem desencadear uma guerra comercial mais acirrada com a China e os aliados, enquanto suas promessas de reduzir os impostos corporativos e implementar uma série de novos cortes podem aumentar a dívida dos EUA, segundo economistas.
Trump tem prometido lançar uma campanha de deportação em massa visando os imigrantes ilegais.
UM SEGUNDO MANDATO DE TRUMP
Trump tem prometido reformular o Poder Executivo, inclusive demitindo funcionários públicos que ele considera desleais e usando agências federais de aplicação da lei para investigar seus inimigos políticos, violando o que tem sido uma política de longa data de manter essas agências independentes.
Durante seu primeiro mandato, as exigências mais extremas de Trump foram, às vezes, impedidas pelos membros de seu próprio gabinete, principalmente quando o vice-Presidente Mike Pence se recusou a impedir que o Congresso certificasse os resultados da eleição de 2020.
Assim que a votação de 2024 for certificada pelo Congresso em 6 de janeiro, Trump e seu vice-presidente, o senador JD Vance, assumirão seus cargos em 20 de janeiro.
Fonte: TERRA